Sebastião Isata é o emissário especial da União Africana (UA) na Guiné-Bissau, organização panafricana que tera uma representação (escritório) em Bissau dentro de poucos dias, segundo a agência PANA.
Este senhor nasceu na província angolana do Uíge, há 52 anos, tem licenciatura (em Cuba) e mestrado (Estados Unidos) em Relações Internacionais, é professor da cadeira de Direito Internacional em várias universidades.
Doutorado em relações internacionais e mestre em ciências políticas, Sebastião Isata é académico e analista político e ocupou funções no aparelho do seu partido, MPLA.
No governo angolano foi vice-ministro das Relações Exteriores, cargo que o manteve em "contacto com assuntos internacionais, particularmente africanos".
Na entrevista que deu por telefone à PANA, afirmou que "a resolução dos problemas da Guiné- Bissau passa necessariamente pela adoção de uma postura de "diálogo positivo e construtivo e da cultura democrática" e que " é
importante não se perder de vista que a pobreza extrema está entre os principais fatores da instabilidade político-militar que o país vive há várias décadas."
Constam na agenda do Sr. Isata várias audiências com membros do governo guineense, tais como o presidente, primeiro-ministro, o ministro dos negócios estrangeiros e muitas outras personalidades.
Segundo ele, estas audiências fazem parte do seu programa de contactos que inclui também encontros com os partidos políticos e representantes da sociedade civil, no quadro da busca de contribuições sobre as vias a seguir para a estabilização do país.
Os primeiros encontros já permitiram passar em revista os esforços em curso, interna e externamente, para o regresso do país à normalidade constitucional e a consolidação da democracia pluralista, disse.
Por outro lado, acrescentou, as conversações abordaram igualmente a problemática da reforma do setor de defesa e segurança incluindo a necessidade de atribuição de uma pensão condigna aos antigos combatentes, e do regresso da União Europeia (UE) a Bissau.
Sobre a complexa questão do tráfico de drogas que tem conhecido contornos extremamente preocupantes no país, e que tende a dificultar mais ainda os esforços para estabilização nacional, Isata disse tratar-se de "um problema de natureza transfronteriça,
que impõe ações conjugadas dos países da região".
Sebastião Isata disse estar convicto da difícil tarefa que é de ser Representante Especial do Presidente da Comissão da UA num país conturbado politicamente, como é o caso da Guiné-Bissau.
Mas nós acreditamos que fará um bom trabalho.