Guiné-Bissau teve pouco progresso no combate à malária




Nova Iorque - Cabo Verde e São Tomé e Príncipe estão entre os países mais bem sucedidos no combate à malária na última década, enquanto Moçambique e Guiné-Bissau registaram poucos progressos, segundo a Organização Mundial de Saúde. 
 
O relatório anual da malária (ou paludismo), divulgado terça-feira pela OMS, coloca os dois arquipélagos lusófonos entre o grupo de 11 países africanos que alcançou uma redução superior a 50 porcento no número de casos da doença, entre 2000 e 2009.  
 
Cabo Verde é considerado, desde 2009, em fase de "pré-eliminação" do paludismo, depois de uma redução de 126 casos em 2000-2001 para apenas 65 casos no ano passado. 
 
Actualmente, 58 porcento da população vive em áreas onde o risco de paludismo é baixo, e o resto do país está livre da doença. 
 
Em São Tomé e Príncipe, registou-se uma queda ainda maior, de 38.655 casos em média no período 2000-2005 para 3.893 casos em 2009, menos 90 por cento. 
 
A queda de internamentos hospitalares devido à doença recuou 88 porcento no mesmo período, para 1.514, e o número de mortes foi de 23, sete vezes menos do que no início do período do estudo. 
 
Contudo, São Tomé e Príncipe é um de três países que no último ano do estudo registaram uma inversão da tendência, com um aumento do número de casos, refere a OMS. 
 
A razão, refere aquela organização, pode estar na ausência de pulverização no ano anterior (2008), em contraste com os dois anos anteriores, quando chegou a 80 porcento da população. 
 
No estudo da OMS, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau aparecem entre os países que não conseguiram melhorias significativas na redução de casos.
 
O número de casos prováveis e confirmados em Angola regista grandes variações na última década, subindo de 1,47 milhões, em 1999, até um máximo de 3,25 milhões, em 2003, e baixando desde então para 2,22 milhões, no ano passado. 
 
Na Guiné-Bissau, o número de casos no ano passado atingiu 143 mil, abaixo do pico de 246 mil em 2000, apesar de duas subidas consecutivas. 
 
Em Moçambique, os dados dão conta de uma subida de 2,37 milhões de casos prováveis e confirmados em 1999 até 6,15 milhões em 2007, recuando desde então para 4,31 milhões no ano passado. 
 
Na América Latina, o Brasil está entre os países que registaram uma redução média da doença, tendo atingido, em 2009, um dos níveis mais baixos de sempre de casos prováveis e confirmados, na ordem de 308 mil.  
    
O maior país da região conseguiu inverter em 2006 uma tendência de reaparecimento da doença, de acordo com a OMS. 
 
Um "aumento fenomenal" dos esforços para combater a malária através da distribuição "maciça" de redes mosquiteiras impregnadas com inseticida permitiu salvar milhares de vidas na última década, segundo a OMS.  
 
O relatório da OMS refere que a distribuição de dezenas de milhões de redes mosquiteiras, tratadas com inseticidas, e o melhoramento da eficácia dos métodos de pulverização de casas tiveram um "impacto significativo" no combate à doença em todo o mundo e permitiu salvar mais de 200 mil vidas na última década. 
 
De acordo com o organismo das Nações Unidas, o número de mortes atribuídas à malária caiu de 985 mil, em 2000, para 781 mil em 2009.

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