ONU congratula-se com libertação de militares detidos

Bissau, 24 dez (Lusa) -- O gabinete integrado das Nações Unidas para a consolidação da paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) congratulou-se hoje com a libertação de todos os militares detidos no país.
Em comunicado enviado à Agencia Lusa, em Bissau, a Uniogbis diz ter tomado nota daquilo que considera ser "uma resposta aos apelos feitos pelo Conselho de Segurança" que preconizava a libertação de todos os detidos e a organização de um processo justo nos órgãos judiciais do país.
O ex-chefe das Forças Armadas guineenses, Zamora Induta, e outros cinco militares foram postos em liberdade na quarta-feira a noite, depois de vários meses de detenção, aguardando agora pelos respetivos julgamentos.


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Fonte: Agência Lusa




Já se encontra na sua residência
Guiné-Bissau: Zamora Induta foi libertado esta quarta-feira
Bissau – O Chefe de Estado Maior das Forças Armadas guineenses deposto a 01 de Abril de 2010, Zamora Induta, foi libertado e já se encontra na sua residência.
Zamora Induta foi detido a 01 de Abril de 2010 quando vários militares liderados por António Indjai (actual chefe de Estado Maior das Forças Armadas) arrancaram com uma revolta que levaria à libertação de Bubo Na Tchuto (actual chefe de Estado Maior da Armada), «exilado» nas instalações da ONU na capital guineense.

A 09 de Outubro tinha sido anunciada a libertação de Induta pouco depois de Malam Bacai Sanha ter nomeado o controverso contra Almirante Bubo Na Tchuto como chefe de Estado Maior da Armada todavia. No entanto Zamora Induta permanecera Quartel de Mansoa, onde estava detido.

A prisão de Induta, e efémera detenção de Carlos Gomes Júnior, provocaram o consternamento da comunidade internacional que imediatamente exigiu o restabelecimento da ordem constitucional.
(c) PNN Portuguese News Network
2010-12-22 21:53:30





O Presidente acredita que o ex-CEMGFA não é uma ameaça
Guiné-Bissau: Acordo secreto permite a libertação de Zamora
Bissau - A libertação de Zamora Induta, confirmada na véspera de Natal, acontece três meses depois do Tribunal Militar de Bissau ter decidido pela ilegalidade da detenção do ex-CEMGFA. Zamora, detido desde as movimentações militares de 01 de Abril, prepara agora em liberdade a sua defesa das acusações feitas pelo líder dos revoltosos de Abril, António Indjai, que o implicam nos casos das mortes de 2009.
Na altura da decisão do Tribunal Militar, as chefias militares e o próprio Presidente Malam Bacai Sanhá terão recuado uma vez que consideraram não estarem reunidas as condições de segurança que permitissem a libertação de Zamora Induta. No entanto, durante a noite de ontem, a residência de Zamora Induta manteve-se sem qualquer aparato de segurança policial correndo em Bissau rumores de que esta libertação «era uma armadilha».

Se a questão da segurança se manteve inalterada, o que mudou então na Guiné Bissau nos últimos três meses? A nível político, o braço de ferro que caracteriza a relação entre o Presidente Malam e o Primeiro Ministro Carlos Gomes Júnior mantém-se inalterado. A recente nomeação como Ministro do Interior de Dinis Na Fantchamena, aliado de Malam e adversário declarado de Carlos Gomes, indiciam que terá existido um acordo secreto entre as duas principais figuras do poder político guineense. Em troca de manter o controlo sobre o importante Ministério que controla as secretas e as polícias guineenses, Malam terá abdicado de manter na prisão o ex-CEMGFA Zamora Induta.

A análise feita por Malam, em conjunto com os seus assessores e aliados militares, terá concluído que neste momento, com António Indjai e Bubo Na Tchuto à frente das Forças Armadas, poucas hipóteses existem de que Zamora se possa constituir como uma ameaça ao poder vigente. Tanto Indjai como Bubo foram no passado pressionados por Zamora Induta, que via nas ligações ao narcotráfico dos dois chefes militares uma porta aberta à destabilização da Guiné-Bissau.

Zamora, que na página oficial das Forças Armadas da Guiné Bissau ainda aparece como o CEMGFA em funções, sofreu ao longo dos oito meses de detenção vários problemas de saúde. Dessa forma equaciona-se em Bissau a sua saída para tratamentos médicos. O Senegal é o país que neste momento recolhe o maior consenso por parte de António Indjai, Bubo Na Tchuto e o próprio Presidente Malam, dadas as ligações privilegiados que este mantém com o Presidente Wade, tanto a nível pessoal como político e económico.

A par da libertação de Zamora Induta, outros militares detidos por alegado envolvimento nas mortes de Tagme Na Waie e «Nino» Vieira foram também soltos. Manuel Mina, fabricante da bomba que vitimou o ex-CEMGFA Tagme Na Waie, a militar «Pomba Branca» e Malam Candé, acusados de transporte e detonação do mesmo engenho explosivo, também já passaram a noite nas suas residências em Bissau.

A libertação conjunta de todos estes elementos está a causar receios na comunidade diplomática actualmente em Bissau. Se a libertação de Zamora Induta era exigida pela Comunidade Internacional desde a sua detenção em Abril por falta de provas que sustentassem a detenção, já os três militares responsáveis pela morte de Tagme Na Waie terão confessado a sua participação no assassinato. “A libertação do Mina e dos outros envolvidos é sinal de que o inquérito às mortes de 2009, a grande bandeira do Presidente Malam junto dos seus parceiros internacionais, vai cair por terra”, referiram com preocupação fontes diplomáticas em Bissau. «Com este acordo, Malam sacrificou a Justiça pela vantagem política no xadrez da Guiné-Bissau», referem.

Rodrigo Nunes
rodrigo.nunes@pnn.pt
(c) PNN Portuguese News Network
2010-12-23 12:59:34
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