Por causa de médicos turcos, o Hospital Nacional Simão Mendes foi "invadido" por centenas de pacientes



Escrito por Fulgêncio Mendes Borges. Jornal Nô Pintcha   
Sexta, 13 Maio 2011 13:26
Hospital Nacional foi invadido por centenas de pacientes

Uma equipa dos médicos da Turquia está no país desde o dia 6 deste mês a conceder consultas gratuitas e oferecem medicamentos aos doentes guineenses no Hospital Nacional Simão Mendes e, a missão termina no dia 13.

O referido hospital foi invadido por centenas dos pacientes que vêm de quase todos os cantos do país, nomeadamente Bissau. Esta equipa de médicos turcos está no país no âmbito de um acordo de cooperação entre dois países ao abrigo do qual anualmente vem à Guiné-Bissau médicos turcos nas áreas da clínica geral, ortopedia pediátrica, cirúrgicas, ginecologia, oftalmologia, obstetrícia e outras doenças.
O médico oftalmologista Meno Nabicassa, da Ordem dos Médicos da Guiné-Bissau, sob o Nº63 disse que os trabalhos desta equipa turcos no país, com a colaboração dos médicos nacionais estão num bom caminho, “depois do apelo das rádios e os pacientes terem respondido positivamente principalmente visual”.
Por outro lado este médico disse que os guineenses tem um hábito de esperar só pelas ofertas dos estrangeiros, “com estes tantos números dos pacientes aqui no hospital à procura deste serviço parece-nos que os médicos guineenses não estão a prestar os seus serviços adequados, principalmente do serviço da oftalmologia que não tem no país”.
Nabicassa afirmou que o Ministério da Saúde Pública implementou este serviço da oftalmologia em toda parte do país, não há regiões do país que não tem atendimento da consulta de vista.
Este oftalmologista de carreira considerou de grave o comportamento dos pacientes que ficam em casa, até que os sintomas de insuficiência visual exacerbem, na esperança dos médicos estrangeiros com os seus medicamentos gratuitos. Segundo ele, nesta equipa dos médicos turcos só veio um médico para a área da oftalmologia e a sua intervenção é extremamente limitada; intervém somente na cirurgia dos pacientes sofrendo de cataratas, com o apoio dos nacionais que fazem as consultas e outras observações.
Segundo Meno Nabicassa, “a catarata é uma doença normal que pode ser tratada e operada no país pelos médicos nacionais sem problemas, no espaço de alguns minutos sem problemas, visto tratar-se de uma opacidade parcial ou total do cristalino ocular. Reafirmou que as pessoas que ficam em casa com ela (a catarata), à espera dos nossos parceiros, acabam por ficar cegas, isto é com uma insuficiência visual irreversível”, lamentou.
Aconselhou aos guineenses para não ficarem em casa com as doenças porque há casos que não podem esperar pelos estrangeiros nossos parceiros, devem ir aos Centros de Saúde afim de serem tratadas e curadas, porque a vista (olhos) é muito sensível.
No entender do Meno, este fluxo de pessoas que procuram esta equipa dos turcos é meramente pobre, não se fizeram esperar pelo apoio e, ainda por cima com medicamentos grátis, obrigou esta concentração das populações com seus problemas graves por causa da negligência; “muitos doentes que estão cá à procura destes serviços dos turcos, já passaram neste serviço de oftalmologia e, não foram curados devido à negligência dos mesmos, certos ‘intelectuais’ dizem aos seus filhos que é muito cedo para usar óculos”, lamentou amargamente.


Texto e fotos: Fulgêncio Mendes Borges
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