Bissau, 03 mai (Inforpress) – O preço do pão, um dos principais produtos de consumo na Guiné-Bissau, voltou a subir de 100 para 150 francos CFA (de 0,15 para 0,22 euros), enquanto um saco da farinha de trigo de 50 quilogramas já é vendido a 30 mil francos (45,7 euros).
Mesmo assim o açúcar é o produto que mais tem subido de preço, desde há três meses, naquele país. No início do ano, um saco de 50 quilogramas ainda oscilou entre 15 mil a 17 mil francos CFA (entre 22,8 euros e 30 euros).
Nos últimos dias, a oscilação do preço é tanta que há quem venda um saco de açúcar por 35 mil francos (53,3 euros) ou mesmo por 38 mil francos CFA (58 euros).
O presidente da Associação de Defesa dos Consumidores de Bens e Serviços (Acobes), Bambo Sanhá, acusa o governo “de nada fazer, porque permitiu que, em alguns casos, haja subidas de 80 por cento” nos preços dos principais produtos.
A subida de preço varia por zona e mercado do país. Por exemplo, no mercado do Bandim, em Bissau, principal centro comercial da Guiné-Bissau, um saco de açúcar custa 35 mil francos (53,3 euros). Já no mercado do Caracol, também na capital guineense, alguns comerciantes estão a vendê-lo por 36 mil ou 37 mil francos CFA (54,8 euros ou 56,4 euros).
Mas nas ilhas Bijagós um saco de açúcar de 50 quilogramas não se compra, agora, por menos de 38 mil francos CFA (58 euros). Os comerciantes alegam que estão a comprar o produto “a preços altos em Bissau”.
Contudo, o preço do pão também não tem parado de oscilar. No mesmo dia, pode custar 100 francos CFA (0,15 euros), durante o dia, e à noite ser vendido por 150 francos CFA (0,22 euros).
Talata Banorá, da associação de panificadores de Bissau, disse à Lusa que “houve um dia que faltou pão”, porque, os profissionais “decidiram parar de trabalhar para aquecer o forno”, numa alusão ao pouco lucro que afirmam ganharem no negócio.
“Uma pessoa compra a farinha e o açúcar a preços altos e depois não pode vender o pão no preço justo, para continuar a trabalhar. Muitos decidiram parar de trabalhar para aquecer o forno”, assinalou Banorá, originário da Guiné-Conacri, mas residente em Bissau há mais de dez anos.
Normalmente, são os profissionais originários da Guiné-Conacri quem domina a indústria panificadora caseira na Guiné-Bissau.
O presidente da Acobes não tem dúvidas em atribuir as culpas pela “subida exorbitante dos preços” tanto do pão, como do açúcar ou da farinha ao governo, que não quer saber do assunto e tem permitido “que haja uma anarquia total na fixação dos preços” pelos comerciantes.
Inforpress/Lusa |