Rotas do tráfico de cocaína serão analisadas em reunião de ministros do G-8

Internacional | 2011-05-08 13:08

Para chegar aos quatro ou cinco milhões de consumidores na Europa, a cocaína sul-americana pode transitar pela África (como a Guiné-Bissau), pelas Antilhas ou diretamente, rotas que serão examinadas na terça-feira pelos ministros do Interior do G-8.
Esta reunião, em Paris, à qual irão juntar-se ministros de países americanos e africanos devido ao papel que têm no tráfico de drogas, tinha sido solicitada em junho pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, para “lutar contra as máfias do crime.”
"A cocaína é produzida na América Latina, principalmente na Colômbia, Bolívia e Peru. A droga passa através da plataforma do Caribe e, infelizmente, agora também pelo oeste africano", revelou o presidente francês.
De acordo com a estimativa de um especialista francês em luta contra o tráfico de droga, das 700 toneladas produzidas por ano na América Latina, cerca de 300 são destinadas a Europa.
Enquanto o consumo de cocaína continua a diminuir nos Estados Unidos e o México está a enfrentar uma guerra dos gangues que gere o tráfico, a Europa é uma saída para o futuro da cocaína latino-americana, indicou o diretor de uma agência europeia de luta contra a droga.
Metade da droga passa diretamente de países produtores para a Europa (por via aérea ou marítima), 20 por cento passa pelo Caribe e cerca de 30 por cento segue a rota da África Ocidental, estimou fonte policial.
É esta última rota, que apareceu na segunda metade da década de 2000, que é preocupante.
A eficácia dos “marines” americanos e franceses no Caribe (como evidenciado pela uma apreensão recorde de 3,6 toneladas a bordo de um navio da Venezuela em fevereiro), e os bons resultados do Centro de Análises e Operações contra o narcotráfico Marítimo (MAOC-N), sediado em Lisboa, fizeram a rota do Atlântico Norte mais perigosa para os traficantes.
Os traficantes estão cada vez mais voltados para a África Ocidental, que tem a vantagem de oferecer um caminho mais curto para atravessar o oceano.
A polícia europeia, por vezes, descreve o paralelo 10, utilizado pelos traficantes, como a “Auto-estrada 10”.
Um alto responsável evoca a "colonização da Guiné-Bissau pelos traficantes sul-americanos", país onde pistas clandestinas foram identificadas. A droga também pode ser enviada por barcos ou navios de pesca. Chegando à África Ocidental, a droga pode ser levada por "mulas" (correios) pelo ar, por mar ou por via terrestre, acrescentou um alto funcionário francês.
De acordo com um relatório de 2007 do gabinete das Nações Unidas contra as drogas e o crime (UNODC), além da Guiné-Bissau estão envolvidos o Senegal, Cabo Verde, Benin, Gana, Guiné e Mauritânia.
Estes países estarão representados na reunião de terça-feira.
Esta questão é um fator de "desestabilização de estados já fragilizados", disse um funcionário do governo francês.
Lusa / AO online
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