Comunicado do Coletivo da Oposição Democrática

Fonte: Site do partido político PRS - http://www.prsgw.com/

03.08.2011 - COLECTIVO DA OPOSIÇÃO DEMOCRÁTICA
O COLECTIVO DA OPOSIÇÃO DEMOCRÁTICA



COMUNICADO


Após análise exaustiva dos acontecimentos relativos à crítica situação política que hoje atravessa o nosso país, e depois de profunda reflexão sobre as estratégias a adoptar nas marchas pacíficas de protesto, e noutras formas de luta, o Colectivo da Oposição Democrática, consciente das suas responsabilidades, reuniu ontem a cimeira de líderes, e leva ao conhecimento do nosso povo e da comunidade internacional os seguintes pontos:

1. A nossa luta contra a impunidade do primeiro-ministro, a nossa reivindicação política, moral e ética, para que Carlos Gomes Júnior assuma as suas responsabilidades na desastrosa condução das operações que levaram o esquadrão da morte, sob o comando de Zamora Induta, a assassinar barbaramente os deputados Hélder Proença e Baciro Dabó, não cessarão até que as mesmas sejam esclarecidas.

2. Até por que, também dispomos da cobertura de toda a comunidade internacional, através da Resolução 1949 do Conselho de Segurança das Nações Unidas de 23 de Novembro de 2010, que nos apoia neste sentido;

3. Não julgue o senhor Presidente da República Malam Bacai Sanhá, que com este estratagema de mudança na chefia do órgão que tutela a acção penal, o Colectivo da Oposição Democrática baixará os braços. Antes pelo contrário, o Decreto de destituição do Procurador-geral da República, não só vem dar razão a este Colectivo da Oposição Democrática, como também vem alertar, de que poderá estar em curso, uma nova estratégia de enviar para as calendas gregas a resolução deste espinhoso problema;

4. O Colectivo ainda denuncia, a tentativa por parte dos poderes públicos, de tentar desviar as atenções do nosso povo sobre esta legítima agenda, através de falsas promessas, de desinformações e de calúnias sobre algumas figuras deste Colectivo. Engane-se, quem assim pensa. O Colectivo da Oposição Democrática está unido e coeso, e não se desviará um milímetro dos seus propósitos;

5. O debate que o Colectivo propõe, à volta dos assassinatos, não tem como finalidade a substituição de um eventual julgamento judicial. O Colectivo não dispõe de elementos das peças judiciais deste processo, e nem é sua tarefa. Todavia, e com base nas providências públicas encetadas pelo executivo de Carlos Gomes Júnior à volta deste caso, o Colectivo considera ter matéria, mais do que suficiente para uma indignação política. Esta atitude mafiosa, politica, ética e moralmente inadmissível em democracia, é motivo mais do que bastante para a demissão de um chefe de governo;

6. Independentemente da legítima pertença deste crime público ao foro judicial, a tentativa desesperada dos culpados morais e, eventualmente materiais destes crimes, de se furtarem, para ficarem incólumes das suas responsabilidades, não pode iludir o nosso povo da gravidade destes actos, para que permaneçam a todo o custo, na condução das mais altas instituições deste país, como se nada tivesse passado;

7. Quando se aponta ao primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, as suas responsabilidades omissas nestes crimes, ele, sistematicamente, responde, tentando enganar as pessoas com a estabilidade que só ele conhece. Para o Colectivo da Oposição Democrática, esta postura do primeiro-ministro, mais não é, do que pretextos, para o enterro definitivo deste assunto;

Para o Colectivo da Oposição Democrática, a partir de ontem, este gravoso assunto das mortes de Baciro Dabó e de Hélder Proença ficou mais claro, por isso, uma pergunta se impõe neste momento:

Será que em nome da dita estabilidade de Carlos Gomes Júnior, o senhor Presidente da República Malam Bacai Sanhá, lavará as mãos das suas responsabilidades constitucionais com o sangue dos seus próprios camaradas de trincheira, Hélder Proença e Baciro Dabó?

Senhor Presidente da República Malam Bacai Sanhá, não se acomode na indignidade e na desonra em que este processo o poderá conduzir. Este Colectivo da Oposição Democrática faz-lhe um vibrante apelo, para que sem temor e sem omissões, continue a ocupar o seu lugar nas páginas heróicas da História do nosso povo e da Guiné-Bissau.

Caros compatriotas, vamos todos marchar, ordeira e pacificamente, na próxima sexta-feira, para exigir a demissão do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, a fim de se apresentar à justiça.


Bissau, 03 de Agosto de 2011

A Coordenação
Ibraima Sori Djaló
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