Guiné-Bissau: Ministra do Interior Demite-se
Ministra estava envolvida numa luta sobre responsabilidades com o primeiro-ministro
Por Lassana Cassamá | BissauTerça, 21 Dezembro 2010

Foto: ASSOCIATED PRESS
Malam Bacai Sanhá
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Guiné-Bissau:Ministra do Interior Demite-se
21 Dezembro 2010 - A ministra do interior da Guiné-Bissau, Satu Camará, demitiu-se pondo fim a um braço de ferro com o primeiro-ministro carlos Gomes Júnior que durava há algum tempo.
Na carta datada de 17 de Dezembro, ou seja, sexta-feira passada, Satu Camara Pinto aponta que a sua demissão visa tão-somente evitar consequências negativas nos esforços conjuntos de estabilidade política e social da Guiné-Bissau. Afirma ainda que, enquanto combatente da liberdade de pátria, não pode fazer parte de problemas, mas sim de solução de governação, tanto assim que decidiu demitir-se para não desafiar a autoridade do Primeiro-ministro.
O pedido de demissão de Satu Camara Pinto das funções da Ministra do Interior, das quais tinha sido suspensa pelo Primeiro-ministro, consequência das nomeações que efectuou, no quadro da nova orgânica do Ministério do Interior, levanta várias questões, tendo em consideração o actual panorama político.
Na carta datada de 17 de Dezembro, ou seja, sexta-feira passada, Satu Camara Pinto aponta que a sua demissão visa tão-somente evitar consequências negativas nos esforços conjuntos de estabilidade política e social da Guiné-Bissau. Afirma ainda que, enquanto combatente da liberdade de pátria, não pode fazer parte de problemas, mas sim de solução de governação, tanto assim que decidiu demitir-se para não desafiar a autoridade do Primeiro-ministro.
O pedido de demissão de Satu Camara Pinto das funções da Ministra do Interior, das quais tinha sido suspensa pelo Primeiro-ministro, consequência das nomeações que efectuou, no quadro da nova orgânica do Ministério do Interior, levanta várias questões, tendo em consideração o actual panorama político.
É que o braço-de-ferro era tão evidente, quanto é translúcido a suspeição política entre o Presidente da Republica e o Primeiro-ministro. Alias, neste caso em concreto, os entourages dos dois campos (Presidente da Republica e Primeiro-ministro), ainda se envolvem na conquista de terreno sobre arena política guineense. O caso Satu Camara trouxe a luz à escuridão que invade esta contenda insanável, salvo futuros arranjos, entre Malam Bacai Sanhá e Carlos Gomes, por sinal, ambos da mesma formação política.
Apesar de Carlos Gomes Júnior não se pronunciar ainda sobre o pedido de demissão da Ministra do Interior, para posterior requerimento ao Presidente da Republica, se bem que já a tinha suspensa das funções (uma medida contestada na altura, por alguns analistas da política guineense, de ponto de vista constitucional), o certo é que Satu Camara já partiu e ela representa um peso no seio do PAIGC, onde actualmente existe uma clara corrente interna que visa fazer cair Gomes Júnior, enquanto Presidente do partido.
Apesar de Carlos Gomes Júnior não se pronunciar ainda sobre o pedido de demissão da Ministra do Interior, para posterior requerimento ao Presidente da Republica, se bem que já a tinha suspensa das funções (uma medida contestada na altura, por alguns analistas da política guineense, de ponto de vista constitucional), o certo é que Satu Camara já partiu e ela representa um peso no seio do PAIGC, onde actualmente existe uma clara corrente interna que visa fazer cair Gomes Júnior, enquanto Presidente do partido.
Bissau - A Ministra do Interior, Hadja Satu Camara Pinto, apresentou a demissão das suas funções. A decisão, que a ex-responsável da pasta do interior considera de irreversível, tem como propósito oficial evitar as consequências negativas nos esforços conjuntos de estabilização política e social da Guiné-Bissau.
A Ministra demissionária disse na sua carta, que na qualidade de
combatente de liberdade de pátria é obrigada a fazer parte de solução e não dos problemas da governação, criando, desse modo, as condições políticas para ultrapassar o incidente criado pelo despacho que a suspende.
Hadja Satu Camara Pinto, foi suspensa das suas funções pelo chefe de governo há mais de dois meses, mas Ministra ainda continuava em funções e na carta enviada agora ao chefe de governo onde solicita sua demissão de cargo, disse tê-lo feito não para desafiar a autoridade de Carlos Gomes Júnior, mas sim, sustentou na carta para cumprir o juramento de exercer as suas funções em que foi investida com total fidelidade a constituição.
A demissão de Satu Camará da liderança do Ministério do Interior, considerado inoperante e complementamente fragmentado desde o despacho de suspensão emitido há cerca de dois meses, terá sido acordada durante o fim-de-semana após uma reunião entre Carlos Gomes Júnior e Malam Bacai Sanhá. Na referida reunião, as duas principais figuras do país terão estabelecido um pacto secreto, no qual ficou estabelecido a saída de Satú Camará e a sua substituição por Dinis NaFantchamena, actual Chefe da Casa CivildaPresidência.
A nomeação de Dinis NaFantchamena, um dos mais antigos apoiantes de Malam Bacai Sanhá, terá como objectivo o condicionamento da Remodelação Governamental já anunciada pelo Primeiro Ministro Carlos Gomes Júnior há largas semanas. De etnia balanta e destacada personalidade da Luta de Libertação, o até aqui Chefe da Casa Civil mostrou no passado posições completamente adversas às políticas defendidas por Carlos Gomes Júnior.
Apesar de um largo currículo no interior dos órgãos do PAIGC, Dinis Na Fantchamena não tem, no entanto, qualquer experiência governativa no seu passado político. Sexagenário, Dinis Na Fantchama terá pela frente uma dura tarefa de reorganização do Ministério do Interior, tarefa esta que segundo fontes contactadas “poderá não ter a capacidade física para resolver”.
Dinis Na Fantchamena deverá tomar posse ainda esta semana, sendo que em Bissau, crescem os rumores que indicam que Satú Camará poderá transitar directamente para a Chefia da Casa Civil da Presidência, lugar de grande confiança política e pessoal junto do Presidente Malam.
Esta mini-remodelação surge numa altura em que se continua a discutir a nível internacional o perdão da dívida da Guiné-Bissau. A importância deste dossier para a estabilidade futura do país levou o Presidente Malam a não avançar com uma hostilização directa de Carlos Gomes Júnior. O Luanda Digital sabe que Malam Bacai Sanhá terá tido dificuldades para controlar as pressões feitas pelo seu círculo presidencial no sentido de promover a queda do actual executivo guineense. No entanto, Malam terá conseguido salvar a face junto da sua entourage ao garantir que o Ministério do Interior, posição chave no controlo da segurança interna do país, ficasse nas mãos de um aliado de peso.
Um dos principais desafios que se adivinha em breve ao funcionamento deste Ministério é o caso da libertação de Zamora Induta, que já terá sido alvo de autorização por parte do próprio Malam Bacai Sanhá. Detido desde 01 de Abril, o ex-CEMGFA tem libertação prevista até ao final do ano, sendo que a segurança deste será garantida exactamente por elementos sob as ordens de Dinis Na Fantchamena.
Luanda digital
(c) PNN Portuguese News Network
Dinis Cablon Na Fantchamna, até aqui chefe da Casa Civil da Presidência da República, é Combatente da Liberdade da Pátria e uma das figuras do PAIGC mais próximas do Presidente da República.
De referir que Satu Camara entregou na última sexta-feira, o seu pedido de demissão, depois de há dois meses ter sido suspensa das suas funções pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Junior, por alegada desobediência política.
Recorde-se que a ex-titular da pasta do Interior, no quadro da nova lei orgânica, procedeu a nomeações internas, que tinham sido reprovadas e anuladas pelo Chefe do Governo. Em consequência desta situação, instalou-se o braço-de-ferro, que hoje culminou com a exoneração de Satu Camara, por decreto presidencial.
(c) PNN Portuguese News Network
2010-12-22 17:16:40
Guiné-Bissau: Malam Bacai nomeia novo Ministro do Interior
Bissau - Através de dois decretos presidenciais, o Presidente guineense Malam Bacai Sanhá, exonerou esta quarta-feira, Satu Camara Pinto das suas funções de Ministra do Interior e nomeou em sua substituição Dinis Cablon Na Fantchamna.Dinis Cablon Na Fantchamna, até aqui chefe da Casa Civil da Presidência da República, é Combatente da Liberdade da Pátria e uma das figuras do PAIGC mais próximas do Presidente da República.
De referir que Satu Camara entregou na última sexta-feira, o seu pedido de demissão, depois de há dois meses ter sido suspensa das suas funções pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Junior, por alegada desobediência política.
Recorde-se que a ex-titular da pasta do Interior, no quadro da nova lei orgânica, procedeu a nomeações internas, que tinham sido reprovadas e anuladas pelo Chefe do Governo. Em consequência desta situação, instalou-se o braço-de-ferro, que hoje culminou com a exoneração de Satu Camara, por decreto presidencial.
(c) PNN Portuguese News Network
2010-12-22 17:16:40
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Hadja Satu Camara, Mindjer Garandi |
Nesta última semana, duas mulheres chamaram a atenção do MIB na midia: Dilma Rousseff tornou-se a primeira “presidenta” do Brasil e Hadja Satú Camara tornou-se a primeira Ministra do Interior a criar polémica por, segundo se tem dito, se recusar a acatar a ordem de suspensão vinda do Primeiro Ministro. A ministra desmentiu essa notícia numa entrevista exclusiva ao Ditadura do Consenso. Se você ainda não está a par das "cenas dos últimos episódios", leia! Clique nas manchetes abaixo para ser direcionado às reportagens:
Não perca o próximo episódio porque nós também não! [voz do narrador de Dragon Ball]
Sebastião Isata continua a dar bons sinais de que atenderá às espectativas dos guineenses que confiam nele para desenvolver um bom trabalho durante a sua missão na Guiné-Bissau. Veja na íntegra a entrevista concedida à Panapress, onde afirma que a Guiné-Bissau terá em breve uma lei que criminalize o narcotráfico – o que todos sabemos que é um dos primeiros passos para se poder julgar aqueles acusados de tráfico de drogas. Viva!
Enquanto a TACV reforça a rota para Fortaleza (Brasil), com escala em Lisboa e conexões para Dakar e Bissau, continuamos a aguardar com ansiedade o inicio das operações da companhia aérea Euro Atlantic em Bissau.
No dia 11/11/10, Angola completará 35 anos de independência dos ex-colonos portugueses. O guerra civil naquele país terminou em 2002 e,desde então, tem-se verificado altissimos níveis de crescimento e desenvolvimento em Angola. Na reportagem publicada no jornal angolano O País, em 01/11, o Secretário de Estado da Juventude e Desportos da Guiné-Bissau, mostra-se satisfeito pelo desenvolvimento que observou em Angola e fala da boa relação de cooperação, et cetera, et cetera. Tomara que ele se sinta inspirado pelo exemplo angolano de trabalho e desenvolvimento, e que tenha forças para replicá-lo naquilo que o concerne, na Guiné-Bissau.
31.Out - Sua exclência o Presidente da República Democrática da Guiné-Bissau saiu do hospital em Dakar, onde se encontrava a realizar exames médicos de rotina desde 24/10, por não ter no seu próprio país os meios necessários para cuidar nem da sua saúde nem da dos seus compatriotas.
De acordo com o Diário Digital/Lusa, “o Presidente guineense seguiu do hospital para «uma residência oficial de hóspede, disponibilizada pelas autoridades senegalesas».” É uma pena que essa gentileza – entre muitas outras – não possa ser retribuída, pois a Guiné-Bissau é, hoje em dia, o país do “venha-a-nós-vosso-reino-nada”.
Nem o Presidente nem os cidadãos de um país soberano deveriam ter que se deslocar a cidades de outros paises para efectuar exames e procedimentos médicos de rotina – isto não é normal, nem correcto e muito menos aceitável. A Guiné-Bissau não deveria se comportar como se fosse uma província do Senegal – o guineense tem que conquistar o seu respeito através do trabalho para poder cantar o seu hino com orgulho ao invés de vergonha.
Se países com muito menos recursos naturais, como Cabo Verde, por exemplo, conseguem fazer um optimo trabalho e rumar ao desenvolvimento, porque é que a Guiné-Bissau continua a regredir? Todos nós sabemos a resposta para esta questão: o desenvolvimento de um pais é reflexo do trabalho dos homens e mulheres que compõem, e apesar de existirem muitos guineenses de valor, infelizmente, ainda há muitos, muitos analfabetos ignorantes e temos nas Forças Armadas e na Política aqueles que são os principais culpados da nossa desgraça.
Se ao menos houvesse entre eles mais gente inteligente e disposta a usar essa inteligência para construir e não para destruir... Se ao menos houvese entre eles gente com brio, disciplina e vontade de deixar um limpo e bom nome nas páginas da história...
Tivemos um presidente que em mais de duas décadas não foi capaz de erguer um único monumento em sua própria honra, mas destruiu aqueles que foram deixados pelos ex-colonos, nosso património histório. Durante estas 3 décadas de independência, praticamente só se destruiu. Qualquer um que viveu ou vê fotos do passado, daquilo que foi outrora a Guiné-Bissau, e se confronta com a dura realidade do presente o pode constatar.
Republica Democrática da Guiné-Bissau. Democrática? Não, creio que nunca foi. Vive-se no país uma autêntica ditadura disfarçada e todos o sabem. Mas o problema não é o nome que se dá ao problema, mas a solução que se encontra para ele. Duvido que a maioria dos guineenses se importasse de viver numa ditadura consciente, uma em que exista ordem e disciplina, em que o país se beneficiasse. Afinal, poucos países foram desenvolvidos democraticamente e há uma boa razão para tal: só canta um galo de cada vez em cada capoeira.
A democracia não é para todos, é preciso estar preparado para tal sistema e até que se esteja preparado, ela não será mais do que uma ilusão para os tolos. Um bom exemplo disso é o facto de 90% dos guineenses não manifestarem as suas opiniões nos blogues e sites que acessam para ler as notícias sobre o seu próprio país – e estes são a pequena parcela da população guineense que tem acesso à Internet. Se não conseguem ser participativos no meio mais livre que existe, mesmo que virtual e anonimamente, como o farão em situações da “vida real”? Será que são todos covardes ou será porque não se importam, acham que não faz diferença ou não está nas suas mãos? Vá lá, não é preciso ter "quatro cucus di obo" para ser um cidadão ou cidadã consciente!
O tão cobiçado poder está diluído em diversas mãos que não sabem o que fazer com ele. Falta-lhes quase tudo: das boas intenções às competências para fazer acontecer as mudanças à visão de longo prazo. Será que eles não sentem vontade de realizar na Guiné-Bissau as coisas boas e bonitas que vêm nas suas muitas missões de serviço ao exterior? Será que eles só querem fama e dinheiro hoje, para conquistar mais amantes, mas não se preocupam com a glória eterna? Não lhes importa ser aquele que ficará para sempre lembrado como o líder da nação? Muita ganância e pouca ambição...
Se ao menos tivessemos UM HOMEM, UM LIDER com carácter e competência para endireitar o país... Se ao menos um desses que nos desgraçam tivesse bom sintido e se sentisse envergonhado pelo estado em que a nossa terra se encontra... Se ao menos um deles tivesse o orgulho ferido e sentisse a revolta que eu sinto...
Continuemos a seguir atentamente os próximos episódios desta comédia tragicamente dramática. Ou será tragédica cómicamente dramática?