Hadja Satu Camara, Mindjer Garandi |
Nesta última semana, duas mulheres chamaram a atenção do MIB na midia: Dilma Rousseff tornou-se a primeira “presidenta” do Brasil e Hadja Satú Camara tornou-se a primeira Ministra do Interior a criar polémica por, segundo se tem dito, se recusar a acatar a ordem de suspensão vinda do Primeiro Ministro. A ministra desmentiu essa notícia numa entrevista exclusiva ao Ditadura do Consenso. Se você ainda não está a par das "cenas dos últimos episódios", leia! Clique nas manchetes abaixo para ser direcionado às reportagens:
Não perca o próximo episódio porque nós também não! [voz do narrador de Dragon Ball]
Sebastião Isata continua a dar bons sinais de que atenderá às espectativas dos guineenses que confiam nele para desenvolver um bom trabalho durante a sua missão na Guiné-Bissau. Veja na íntegra a entrevista concedida à Panapress, onde afirma que a Guiné-Bissau terá em breve uma lei que criminalize o narcotráfico – o que todos sabemos que é um dos primeiros passos para se poder julgar aqueles acusados de tráfico de drogas. Viva!
Enquanto a TACV reforça a rota para Fortaleza (Brasil), com escala em Lisboa e conexões para Dakar e Bissau, continuamos a aguardar com ansiedade o inicio das operações da companhia aérea Euro Atlantic em Bissau.
No dia 11/11/10, Angola completará 35 anos de independência dos ex-colonos portugueses. O guerra civil naquele país terminou em 2002 e,desde então, tem-se verificado altissimos níveis de crescimento e desenvolvimento em Angola. Na reportagem publicada no jornal angolano O País, em 01/11, o Secretário de Estado da Juventude e Desportos da Guiné-Bissau, mostra-se satisfeito pelo desenvolvimento que observou em Angola e fala da boa relação de cooperação, et cetera, et cetera. Tomara que ele se sinta inspirado pelo exemplo angolano de trabalho e desenvolvimento, e que tenha forças para replicá-lo naquilo que o concerne, na Guiné-Bissau.
31.Out - Sua exclência o Presidente da República Democrática da Guiné-Bissau saiu do hospital em Dakar, onde se encontrava a realizar exames médicos de rotina desde 24/10, por não ter no seu próprio país os meios necessários para cuidar nem da sua saúde nem da dos seus compatriotas.
De acordo com o Diário Digital/Lusa, “o Presidente guineense seguiu do hospital para «uma residência oficial de hóspede, disponibilizada pelas autoridades senegalesas».” É uma pena que essa gentileza – entre muitas outras – não possa ser retribuída, pois a Guiné-Bissau é, hoje em dia, o país do “venha-a-nós-vosso-reino-nada”.
Nem o Presidente nem os cidadãos de um país soberano deveriam ter que se deslocar a cidades de outros paises para efectuar exames e procedimentos médicos de rotina – isto não é normal, nem correcto e muito menos aceitável. A Guiné-Bissau não deveria se comportar como se fosse uma província do Senegal – o guineense tem que conquistar o seu respeito através do trabalho para poder cantar o seu hino com orgulho ao invés de vergonha.
Se países com muito menos recursos naturais, como Cabo Verde, por exemplo, conseguem fazer um optimo trabalho e rumar ao desenvolvimento, porque é que a Guiné-Bissau continua a regredir? Todos nós sabemos a resposta para esta questão: o desenvolvimento de um pais é reflexo do trabalho dos homens e mulheres que compõem, e apesar de existirem muitos guineenses de valor, infelizmente, ainda há muitos, muitos analfabetos ignorantes e temos nas Forças Armadas e na Política aqueles que são os principais culpados da nossa desgraça.
Se ao menos houvesse entre eles mais gente inteligente e disposta a usar essa inteligência para construir e não para destruir... Se ao menos houvese entre eles gente com brio, disciplina e vontade de deixar um limpo e bom nome nas páginas da história...
Tivemos um presidente que em mais de duas décadas não foi capaz de erguer um único monumento em sua própria honra, mas destruiu aqueles que foram deixados pelos ex-colonos, nosso património histório. Durante estas 3 décadas de independência, praticamente só se destruiu. Qualquer um que viveu ou vê fotos do passado, daquilo que foi outrora a Guiné-Bissau, e se confronta com a dura realidade do presente o pode constatar.
Republica Democrática da Guiné-Bissau. Democrática? Não, creio que nunca foi. Vive-se no país uma autêntica ditadura disfarçada e todos o sabem. Mas o problema não é o nome que se dá ao problema, mas a solução que se encontra para ele. Duvido que a maioria dos guineenses se importasse de viver numa ditadura consciente, uma em que exista ordem e disciplina, em que o país se beneficiasse. Afinal, poucos países foram desenvolvidos democraticamente e há uma boa razão para tal: só canta um galo de cada vez em cada capoeira.
A democracia não é para todos, é preciso estar preparado para tal sistema e até que se esteja preparado, ela não será mais do que uma ilusão para os tolos. Um bom exemplo disso é o facto de 90% dos guineenses não manifestarem as suas opiniões nos blogues e sites que acessam para ler as notícias sobre o seu próprio país – e estes são a pequena parcela da população guineense que tem acesso à Internet. Se não conseguem ser participativos no meio mais livre que existe, mesmo que virtual e anonimamente, como o farão em situações da “vida real”? Será que são todos covardes ou será porque não se importam, acham que não faz diferença ou não está nas suas mãos? Vá lá, não é preciso ter "quatro cucus di obo" para ser um cidadão ou cidadã consciente!
O tão cobiçado poder está diluído em diversas mãos que não sabem o que fazer com ele. Falta-lhes quase tudo: das boas intenções às competências para fazer acontecer as mudanças à visão de longo prazo. Será que eles não sentem vontade de realizar na Guiné-Bissau as coisas boas e bonitas que vêm nas suas muitas missões de serviço ao exterior? Será que eles só querem fama e dinheiro hoje, para conquistar mais amantes, mas não se preocupam com a glória eterna? Não lhes importa ser aquele que ficará para sempre lembrado como o líder da nação? Muita ganância e pouca ambição...
Se ao menos tivessemos UM HOMEM, UM LIDER com carácter e competência para endireitar o país... Se ao menos um desses que nos desgraçam tivesse bom sintido e se sentisse envergonhado pelo estado em que a nossa terra se encontra... Se ao menos um deles tivesse o orgulho ferido e sentisse a revolta que eu sinto...
Continuemos a seguir atentamente os próximos episódios desta comédia tragicamente dramática. Ou será tragédica cómicamente dramática?