A redação, os estúdios e as salas de montagem da Televisão da Guiné-Bissau (TGB) estão todas trancadas à chave e vazias, porque os equipamentos avariaram e deixou de haver forma de fazer a “caixinha mágica” daquele país funcionar.
“O problema da TGB é um problema de equipamentos. Os equipamentos que estão cá são equipamentos que foram instalados em 1988, já passaram 22 anos. Portanto, estamos com um problema estrutural”, afirmou à agência Lusa Eusébio Nunes, diretor geral da televisão pública guineense.
Há mais de dois meses que a televisão não emite, os equipamentos não funcionam, mas o maior problema é que também já não são produzidos no mercado e não há forma de os mandar reparar.
“Os equipamentos estão completamente descontinuados, já deram o que tinham a dar, e chegou-se a um momento em que não podemos fazer mais nada”, lamenta Eusébio Nunes.
Segundo o diretor geral da televisão, a única solução é substituir um equipamento por um outro formato.
É que, acrescenta, nem os conteúdos fornecidos pelos parceiros de cooperação podem passar naquela televisão porque estão em formato digital e a TGB ainda funciona em formato analógico.
Os funcionários da televisão vão quase todos os dias às instalações da TGB, mas começam a desistir por frustração, porque não há forma de trabalhar. Segundo Eusébio Nunes, os profissionais são muito bons e “gostariam de fazer muito mais pelo seu país”, mas sem meios começam a ficar frustrados e com pouca esperança numa solução para breve.
“O Governo não tem dinheiro. O país está com muitos problemas e há outras prioridades sociais”, diz Eusébio Nunes.
O diretor geral sublinha, contudo, que a televisão é a primeira imagem do país.
Para o fim fica o apelo para todas as televisões portuguesas, públicas ou privadas, que queiram ajudar a televisão da Guiné-Bissau.
Segundo Eusébio Nunes, neste momento qualquer ajuda é bem vinda e os guineenses agradecem.
Lusa / AO online