OJE/Lusa - 12/11/2010
A Guiné-Bissau precisa de desenvolver as infra-estruturas de base, nomeadamente electricidade, telecomunicações e estradas, para conseguir um crescimento económico sustentável e combater a pobreza, refere um relatório hoje apresentado em Bissau.
O Estudo Sobre as Fontes de Crescimento Económico na Guiné-Bissau considera também essenciais para o desenvolvimento da economia e combate à pobreza a estabilidade política, o reforço do capital humano e melhoria do ambiente de negócios para aumentar o investimento privado.
Segundo o documento, a falta de fornecimento de energia eléctrica na Guiné-Bissau "afecta de forma muito negativa o ambiente de negócios" no país, nomeadamente o desenvolvimento do sector industrial.
O estudo recomenda uma reabilitação da Empresa de Águas e Electricidade da Guiné-Bissau e o aumento da capacidade de produção de electricidade através de investimentos públicos e privados e de novas fontes de produção de energia para um fornecimento de luz eléctrica mais eficaz.
Nas telecomunicações, o estudo considera que são caras e de má qualidade, recomendando ao Governo a regulamentação do sector, a entrada de privados nas empresas estatais de telecomunicações e o aumento da capacidade do sector para aceder à fibra óptica através do Senegal.
Em relação às vias de acessibilidade do país, o estudo considera que se encontram em avançado estado de degradação e impedem a mobilização urbana, isolando os locais de produção agrícola.
O estudo recomenda ao governo a continuar com o apoio a parcerias técnicas e financeiras de melhoramento das estradas, nomeadamente daquelas que ligam as cidades aos locais de produção agrícola.
No relatório, são também feitas recomendações para a Guiné-Bissau prosseguir com a consolidação da estabilidade macroeconómica e para diversificar as bases do crescimento económico.
Nesse sentido, o estudo recomenda uma forte aposta no sector do turismo, transportes e agro-alimentar.
O documento foi elaborado por uma equipa de peritos internacionais a pedido do governo e financiado pelo PNUD e pelo BAD, no âmbito do programa de reforço da capacidade de pilotagem da economia e de coordenação da ajuda pública ao desenvolvimento.