O que fazem armas da Guiné-Bissau em Cabo Verde?


Fonte: Angop
Cidade da Praia - A imprensa cabo-verdiana noticiou, nesta quinta-feira, que existem armas de guerra oriundas da Guiné-Bissau a "circularem" no país, assim como “indícios” de trafico material bélico, situação não confirmada pelo Governo. 

 
A notícia foi avançada na edição de hoje do semanário cabo-verdiano “A Nação”, que adianta estar na posse de informações que "indiciam a existência de um esquema de tráfico de armas", que chegam da Guiné-Bissau em "sacos de alfarrobas e cabaceiras para dissimular as armas e munições". 

 
"Armas como espingardas automáticas do tipo AKM e pistolas Makarov circulam, normalmente e sem qualquer controlo, entre militares e civis na Guiné-Bissau e daí uma certa fragilidade em engendrar um esquema que permita «exportá-las» para países vizinhos", escreve o jornal, que não cita fontes.  

 
Segundo o jornal, o "esquema" está nas mãos de um conhecido empresário do país, que não é identificado, e a organização está de tal forma montada que consegue escapar aos «scanners» portáteis da Comissão Nacional de Controlo de Armas Ligeiras e de Pequeno Porte, instalados nos principais portos e aeroportos do arquipélago.  

 
"Recentemente, foram detidos alguns grupos de delinquentes, chefiados por ex-fuzileiros das Forças Armadas cabo-verdianas na posse de armas de guerra, que, alegadamente, não fazem parte do arsenal do Exército local”, lê-se no jornal.  

 
No jornal, o Chefe do Estado-maior das Forças Armadas (CEMFA) cabo-verdiano, coronel Fernando Pereira, não comentou a situação, mas garante que existem medidas de controlo em relação ao material bélico do país, deixando entender que o material que circula em Cabo Verde não pertence ao Exército.  

 
Ainda hoje, a ministra da Defesa cabo-verdiana, Cristina Lima, foi cautelosa na abordagem ao assunto, sublinhando que não pode confirmar a notícia, embora saliente que o Governo está "atento" a situação.  

 
"Todo o tipo de circulação de armas ilícitas que se verifica está a ser acompanhado pelas instâncias próprias e temos a noção de que é necessário fazer algo para evitar a porosidade das fronteiras", salientou.

       
Cristina Lima sublinhou, por outro lado, que os meios de fiscalização nos portos e aeroportos tornam os tráficos "mais difíceis".

Realçou que Cabo Verde, apesar de ser arquipélago, tem já em funcionamento o Centro de Operações de Segurança Marítima (COSMAR) por satélite, em colaboração com os Estados Unidos de América (EUA), e está a instalar radares em vários locais, numa acção de cooperação com Espanha.
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