Féra di Bandé: entre o "Fuka N´Djai", as lojas chinesas e o lixo

Balato balato, sim galantia !

Antes da abertura das imensas lojas chinesas que agora há em Bissau, uma parte considerável da população comprava as roupas no Fuka N'Djai (parte do mercado de Bandim onde se vendem roupas usadas vindas de países desenvolvidos).

Com a chegada das lojas chinesas a todos os cantos da cidade, os vendedores de "fuka" já sentem o impacto negativo nas suas vendas.

Segundo uma ouvinte que ligou para uma das rádios locais em Dezembro do ano passado, é preferível comprar os produtos nas lojas chinesas porque, apesar de não terem lá muito boa qualidade e estragarem com facilidade, são novos, ao passo que os produtos do "fuka" são usados e muitas vezes estão sujos e mal conservados.

Outro ouvinte disse que os chineses vieram para ajudar os guineenses, pois têm preços reduzidos. E, como todos sabemos, "dinheru ka tem".

É interessante notar as condições em que os feirantes trabalham. O mercado de Bandim é uma vergonha nacional, em plena Av. dos Combatentes da Liberdade da Pátria (ex Av. de Novembro) - a principal avenida do país!!

Não há mínimas condições de higiene e não há organização. Esses cidadãos pagam pela permissão de vender no passeio! Para onde vai o dinheiro arrecadado?! Será que, depois de tantos anos, já não se arrecadou o suficiente para construir um mercado digno de tal nome?

Há surtos de cólera com frequência na Guiné-Bissau, o que não é de se estranhar tendo em conta as péssimas condições em que os alimentos são transportados, armazenados e vendidos. Não há fiscalização das condições sanitárias nem da qualidade dos alimentos.

Um ponto positivo a ressaltar é o trabalho dos varredores das ruas. Esses funcionários da Câmara Municipal de Bissau fazem um importantíssimo trabalho - que não é reconhecido - com pouquíssimas condições. Sem condições de seguraça, nem roupas apropriadas nem materiais adequados, eles limpam a cidade à noite SEM ILUMINAÇÃO PÚBLICA!

É possível vê-los a trabalhar sem luvas ou máscaras de protecção e alguns usando vassouras tradicionais, feitas de fios de ramos de palmeiras. Alguns têm galojas e uniformes.

O trabalho destes homens e mulheres não é reconhecido porque é insuficiente. A cidade continua suja, mas estaria ainda mais se não se fizesse essa limpeza básica.

Vejam e comentem a situação do Mercado de bandim .
Quais as soluções para esta VERGONHA?



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Resnullius

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