Partido UPG considera que a Missão Militar Angolana é uma ocupação à Guiné-Bissau

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“Uma ocupação estrangeira” – é assim que uma formação política guineense considera a presença da missão militar angolana na Guiné Bissau.

A União Patriótica Guineense (UPG), formação política da oposição sem representação na Assembleia Nacional Popular responsabiliza o Governo guineense por eventuais focos de instabilidade num futuro próximo que «envolvam as Forças Armadas angolanas presentes no país com as Forças Armadas Nacionais».

Adianta que “a presença angolana na Guiné-Bissau por si só representa polémica sem que no entanto os guineenses fossem informados dos objectivos deste corpo das Forças Armadas Angolanas”.

Em comunicado de imprensa tornado público esta quarta-feira, em Bissau, assinado por dois membros de uma «Comissão Ad Doc de Gestão» do referido partido, nomeadamente, Fausto Mendes e Fernando Vaz, sublinha que “o Governo, para justificar a MISSANG/GB, evocou o acordo de Cooperação Militar com Angola”.

Com base nesta suspeita, a UPG incitou a classe castrense guineense alegando que «as Forças Armadas da Guiné-Bissau não têm tradição nem a equiparação, nem subordinação de uma força estacionária angolana no seu país, tendo em conta as características da MISSANG/GB, com fortes tradições militares e de comando».

No entanto, a UPG reconhece que «as Forças Armadas guineenses, onde as chefias militares reflectem quase em exclusividade uma etnia, (Balantas) e as suas constantes intervenções na vida política institucional do país, fazem com que uma parte dos guineenses tenha saudado a presença da MISSANG/GB na Guiné-Bissau, o que pode contribuir para acabar com esta situação que o país vem vivendo nos últimos dez anos».
Não é a primeira vez que este tipo de críticas são veiculadas contra a presença militar angolana, que lidera o processo de Reforma do Sector de Defesa e Segurança guineense, cuja concretização será a condição para a continuidade dos apoios económicos à Guiné Bissau por parte dos seus parceiros internacionais.

Vários movimentos e alas da sociedade guineense têm comparado a presença militar angolana com a entrada das tropas senegalesas em Bissau durante o conflito do 7 de Junho de 1998, tentando assim minar a aceitação do processo de cooperação e de Reforma em curso entre as Forças Armadas Guineenses e as de Angola.


A UPG, que agrupa maioritariamente os antigos dirigentes oriundos do partido RGB/Movimento Bá Fatá, termina a sua comunicação, propondo lançar uma iniciativa intitulada «Nô Djunta Mon», ou seja, «Todos Unidos», como forma pacífica de se manifestarem junto da Assembleia Nacional Popular, no sentido de balizar e esclarecer as actuações da MISSANG/GB.

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