Esclarecimento sobre morte de dirigentes será prioridade da LGDH - presidente



Bissau - A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) assume como sua principal tarefa para os próximos anos o combate pelo apuramento da verdade sobre os alegados assassínios de figuras públicas do país, disse hoje (sábado) à Lusa o presidente cessante da organização.  

Luís Vaz Martins, que é novamente candidato ao cargo de presidente da LGDH, considera que o esclarecimento dos alegados assassínios de dirigentes do país, entre os quais o do presidente 'Nino' Vieira, "é um imperativo de consciência".  

"Nenhum dirigente deste país devia dormir tranquilo enquanto não forem totalmente esclarecidas as circunstâncias das mortes, diria assassinatos, de dirigentes públicos", sublinhou Vaz Martins, em declarações à Agência Lusa à margem do 2º Congresso Ordinário da organização, que deverá terminar hoje em Bissau.  

Luís Vaz Martins, que deve ser reconduzido no cargo, considera que os próximos desafios da LGDH "são cruciais", mas o combate pelo esclarecimento sobre a morte de destacados dirigentes do país "será a tarefa principal". 

Em 2009, altos responsáveis políticos e militares guineenses, entre os quais o presidente 'Nino' Vieira, o chefe das Forças Armadas, general Tagmé Na Waié e os deputados Baciro Dabó e Hélder Proença, foram mortos em circunstâncias ainda não esclarecidas.  

O presidente da Liga diz que a organização até compreende que o país tenha falta de meios e de técnicos para lidar com estes casos, mas ainda assim considera que "muita coisa devia ter sido feita".  

Luís Vaz Martins voltou a apelar à comunidade internacional no sentido de que esta disponibilize meios e peritos para que "de uma vez por todas se esclareçam aqueles casos".  

Outro dos objetivos do presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos para o seu próximo mandato é a promoção de "outros direitos" que o cidadão tem mas que o Estado não lhe dá, nomeadamente o acesso à água potável, educação de qualidade e segurança.  

Neste contexto, Vaz Martins assegurou que a Liga "vai bater-se muito" para que as reformas do setor da defesa e segurança e do sistema judicial sejam uma realidade.  

O congresso da Liga, que decorre na embaixada do Brasil, com o apoio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), junta cerca de 60 ativistas dos direitos humanos e tem como lema: "Direitos Humanos versus impunidade". 


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