PSD EM PRÉ-CAMPANHA
Passos: "Sou o mais africano de todos os candidatos"
Ontem
O presidente do PSD considerou hoje que é "o mais africano de todos os candidatos ao Parlamento", pela sua ligação pessoal à África, por ter uma mulher da Guiné-Bissau e uma filha que "também é africana".
"Posso-vos garantir que eu sou o mais africano de todos os candidatos ao Parlamento que existem em Portugal", declarou Pedro Passos Coelho, durante um encontro com imigrantes, na Amadora.
"E, não querendo que isto seja uma desculpa, que não é, a verdade é que podem ter a certeza de que eu tenho uma sensibilidade muito especial para tudo o que são os problemas destas comunidades. A minha raiz pessoal está muito ligada a África, também. Praticamente posso dizer que casei com África", acrescentou o presidente do PSD.
Passos Coelho recebeu palmas quando disse estas palavras, e completou: "É verdade, porque a minha mulher é da Guiné-Bissau, é de Bissau, e, portanto, a minha filha mais pequenina também é africana. É verdade, também tem uma costela africana"
Laura, mais do que a esposa de Pedro Passos Coelho27 Abril 2011
Os portugueses ficaram a conhecê-la enquanto sorria na mensagem de Páscoa de Pedro Passos Coelho, partilhada na semana passada nas redes sociais. Mas Laura Maria Garcês Ferreira não é só a esposa daquele que poderá ser, a partir de 5 de Junho, o primeiro-ministro de Portugal. Esta guineense de ascendência e coração cabo-verdianos - viveu no Mindelo durante vários anos- é uma mulher de fibra e tem uma história para contar.
Laura é casada com Pedro Passos Coelho, líder do Partido Social Democrata português, que está à frente das sondagens para as próximas eleições legislativas de 5 de Junho. Com o historial de rotatividade do poder entre PS e PSD em Portugal é provável que ele seja o próximo inquilino do Palácio de São Bento. Com Passos Coelho irá com certeza Laura, que tem acompanhado o marido em todas as aparições públicas que faz.
O que mais tem chamado a atenção dos portugueses é precisamente o seu sorriso, que é protagonista daquilo que escrevem sobre ela. No Diário de Notícias, o título sobre Laura Ferreira é "A risonha mulher do líder do PSD".
Raízes africanas
As origens de Laura cruzam-se entre Portugal (nacionalidade dos avôs paterno e materno de Laura), Cabo Verde (nacionalidade da sua avó paterna, que nasceu na Brava) e Guiné-Bissau (a avó materna era mancanha). A infância, "feliz", afiança, desenrolou-se na Guiné. O pai era funcionário da administração guineense, o que a fazia mover-se entre as várias localidades daquele país. Ao DN recorda "estar no quartel de Contima, com abrigos e buracos nas redes da vedação, de ter andado de helicóptero e tirado fotografias com soldados que tinham saudades das filhas." Sobre os guerrilheiros dos movimentos de libertação descobriu, mais tarde, serem da sua família e viriam a desempenhar cargos quando o PAIGC chegou ao poder em Bissau e na Praia.
Com a aurora da liberdade, em 1974, Laura muda-se com a família para Mindelo, Cabo Verde, pátria do escritor e seu parente Pedro Duarte. Recorda o clarinete de Luís Morais, seu professor de música no Liceu, que ouvia tocar no coreto. E hoje, garante, ainda a encantam os quadros "maravilhosos" do pintor Kiki Lima.
"Mudou, então, de continente ("nunca mais voltei a África") e, habituada já à paisagem árida da ilha de S. Vicente, espantou-se com os parques frondosos e os jardins de Coimbra", escreve o DN. É aqui que se dedica aos estudos, entre paródias juvenis. Mais tarde, vai para o Cacém. "Inclinada para a área da saúde, matriculou-se em Medicina na Universidade de Lisboa, mas, não se adaptando àquelas cadeiras teóricas, desistiu no segundo ano, acabando por trocar essa licenciatura pela fisioterapia, onde pode dedicar-se à geriatria, pois assume um "fascínio pelos idosos". E é nessa área que exerce a sua profissão, no Centro de Educação para o Cidadão Deficiente (CECD), em Sintra, onde é actualmente coordenadora do Centro de Medicina e de Reabilitação.
O DN escreve que Laura é de "signo Balança, casou-se aos 27 anos e foi mãe da Teresa aos 30. Nessa altura, adormecia a filha mais velha, hoje já com 15 anos, pondo a tocar as mornas da Cesária Évora. Depois, divorciou-se, embora goste de frisar que continua a dar-se bem com o ex-marido. Três anos mais tarde, numa casa de amigos comuns, em Vilamoura, conheceu Pedro Passos Coelho e descobriu que, ao contrário do que estava então convencida, era "possível apaixonar-se outra vez". Casou-se com o novo líder do PSD e, aos 42 anos, voltou a ser mãe da pequena Júlia. "Foi óptimo!", sintetiza, quando se coloca a questão da idade com que teve a segunda gravidez e o último parto".
O artigo do diário português sobre Laura termina dizendo que "acerca da política, sensatamente, prefere não se pronunciar, remetendo o tema para o marido. "A política não me assusta, mas também não me afasta nem me aproxima de ninguém," declara, com a mesma convicção com que explica porque manteve o seu nome: "Sou Passos Coelho de paixão, mas não no bilhete de identidade." E, agora, podia ouvir-se, numa aparelhagem vizinha, o Djan Djan, dos Tubarões.
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