Bissau - Pelo menos trinta pessoas protestaram hoje quarta-feira) em frente à sede do Governo da Guiné-Bissau contra o aumento do custo de vida e exigiram do Executivo um conjunto de medidas nomeadamente a redução dos preços dos alimentos, noticia a LUSA.
A marcha pacífica convocada pela ACOBES (Associação de Defesa dos Consumidores de Bens e Serviços) saiu do bairro das embaixadas, em Penha, arredores de Bissau, e percorreu cerca de três quilómetros até à sede do Governo.
Os trinta manifestantes, que empunhavam cartazes e dísticos, foram recebidos à porta do edifício pelo ministro dos Recursos Naturais e Energia, Higino Cardoso, mandatado pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
O presidente da Acobes, Fodé Caramba Sanhá, entregou ao ministro Higino Cardoso um caderno reivindicativo contendo medidas que a associação pretende que o Governo tome nos próximos tempos para aliviar o custo de vida no país.
A Acobes quer que o Governo passe a fixar "um tecto máximo" de preço dos alimentos, que seja integrada no conselho de concertação social, em que, neste momento, apenas têm assento o Executivo, os patrões e os sindicatos.
Quer também que haja um real aumento dos salários dos funcionários públicos e que certos produtos sejam subsidiados.
O ministro dos Recursos Naturais disse que vai entregar o caderno reivindicativo ao primeiro-ministro e prometeu que alguns pontos constantes no documento da Acobes terão resposta imediata.
Higino Cardoso disse compreender a manifestação promovida pela Acobes, mas também lembrou que o aumento do preço de alimentos acontece em todo mundo.
O ministro afirmou que "os guineenses têm que trabalhar mais" para poder fazer face à situação".
O presidente da Acobes disse que não concorda com a opinião do ministro, tendo afirmado que os guineenses trabalham o suficiente para merecerem outras condições de vida.
Quando a manifestação chegou à porta do Palácio do Governo alguns funcionários que se encontravam dentro do edifício saíram à rua para manifestarem a sua solidariedade para com a iniciativa da Acobes.
Presente na marcha estava o presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil (plataforma que junta mais de cem organizações da sociedade), Jorge Mendes, que se manifestou desapontado pela fraca adesão à iniciativa.