Seis jovens futebolistas guineenses a caminho do Manchester City

Fonte: site do jornal Nô Pintcha  - www.jornalnopintcha.com. Visite!
Escrito por Aliu Baldé
Seis jovens futebolistas guineenses irão, brevemente, para a Inglaterra no quadro da parceria existente entre as escolas de formação futebolística “Demba Sano” do empresário guineense, Catió Baldé e do Manchester City da Inglaterra. Os jovens foram seleccionados pelo ex-internacional da selecção portuguesa e do Sporting de Portugal, Paulo Torres que esteve no país para este trabalho técnico durante duas semanas.
Os seis atletas seleccionados para o aperfeiçoamento da profissão na escola de futebol do Manchester City, tratam-se de Piquete, Diego, Rudy, Eusébio e Dú da Academia “Demba Sanó” e o defesa lateral do Benfica de Bissau, Tomás, que fechou a lista dos pretendidos, nesta fase.
De acordo com o empresário Catió Baldé, a próxima fase da pesquisa de jogadores contará com a vinda ao mercado guineense de treinadores e directores técnicos dos clubes de futebol europeu.
O empresário garantiu que apostou e continuará na sua aposta ao futebol, dedicando a sua vida e a sua energia a favor do futebol, em geral, e particularmente para a formação dos novos talentos, pois, está convicto de que existem jogadores com qualidades, mas faltam-lhes um seguimento necessário e adequado nas suas carreiras, enquanto futebolistas.
Segundo o empresário, foi neste sentido que Paulo Torres foi convidado para vir fazer um trabalho técnico, seleccionando os jovens que vão beneficiar de ingresso e formação no futebol inglês, nesta fase inicial. Catió Baldé disse que podia assumir este trabalho mas preferiu deixá-lo para as pessoas mais indicadas ou com mais domínio sobre os critérios, como é o caso de Paulo Torres.
As duas últimas semanas de trabalho e de observação dos talentos futebolísticos no país permitiram ao internacional português afirmar que a Guiné-Bissau é uma “mina de jogadores”, por isso queria ficar mais tempo para mais descobertas.
Para este técnico, projectos como estes do empresário Catió Baldé devem merecer apoio do país, pois é mesmo a Guiné-Bissau que ganhará com isso, particularmente os próprios atletas. Na sua opinião sobre a campanha do país para a CAN-2012, disse que o mais importante é participar sempre que houver competições de alto nível para ter uma base e ganhar mais experiência competitiva.
Torres orientou, na sexta-feira, dia 22 deste mês a Academia de “Demba Sanó” num jogo de treino com a Selecção de sub-23, tendo perdido por 1-0 e ficou entusiasmado com a exibição dos Djurtus que vão defrontar no dia 30 do corrente a sua congénere do Senegal para a 2ª mão da eliminatória para os Jogos Panafricanos em Moçambique. Torres acredita que a Guiné-Bissau vai eliminar o adversário. 

Selecção portuguesa está atrás de muitos jovens jogadores guineenses

Em relação aos rumores que dão conta de que Catió Baldé impediu a vinda de alguns jogadores para representarem a Selecção Nacional, na sua campanha para o apuramento na Taça de África das Nações (CAN-2012), o empresário disse que estas especulações não correspondem à verdade e foram más interpretações.
“Os jogadores que eu represento como empresário, quando são chamados para as diferentes categorias de selecções, obviamente que, pedem a minha opinião e o que eu lhes aconselho é o seguinte: peçam garantia ao treinador de que vão sempre ser convocados e utilizados durante a campanha mas a decisão final cabe a vocês, todavia, os meus conselhos foram mal entendidos”, explicou Catió Baldé.
“É muito indecente interromper o projecto de um jovem com muita esperança no futuro. Muitos jovens jogadores guineenses estão a ser cobiçados para as diversas categorias das selecções de Portugal. Em consequência, não faz sentido abandonar um lado sem garantia do outro. Ninguém deve recusar defender a sua Pátria, mas no caso particular do futebol deve-se ter em conta certas condições para que não haja prejuízos nem ao país e nem ao jogador”, defendeu.
“A título de um exemplo, quando o jovem Vani foi chamado para o jogo contra o Quénia em Setembro de 2010, em Bissau, o jogador decidiu vir defender o país com toda determinação mas foi utilizado apenas nesta partida. Contra Angola, em Luanda, foi convocado e não jogou, em casa com o Uganda não foi seleccionado. Entretanto, era um atleta muito pretendido por Portugal para as selecções de sub-21 e 23, infelizmente agora não pode lá jogar porque já jogou na equipa principal da Guiné-Bissau”.
Questionado se o jovem Saná poderá ainda ingressar na Selecção da Guiné-Bissau, o empresário do jogador disse que Portugal já conta com o ‘miúdo’ para o Mundial de categoria de sub-20 no mês de Junho próximo embora, ele é livre de tomar a sua decisão, mas acha que o rapaz está mais perto da selecção portuguesa do que a da Guiné.
Este assunto faz o Nô Pintcha lembrar da chamada de atenção que o seleccionador da Guiné-Bissau, o português Luís Norton de Matos, fez numa das suas conferências de imprensa na qual disse que Portugal insistiu atrás de muitos jogadores guineenses, mas dificilmente se chega no top (selecção A portuguesa), tendo solicitado uma reflexão profunda da nova geração dos talentos guineenses na diáspora sobre a matéria.


Aliu Baldé

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